Nos dias 27 e 28 de março, Brasília (DF) recebe o 1º Encontro Cidades Verdes Resilientes, um evento estratégico para mobilizar prefeitos eleitos (2025-2028) em prol da adaptação e resiliência climática. A iniciativa é do Programa Cidades Verdes Resilientes com apoio do C40 Cities e do Global Covenant of Mayors for Climate & Energy.

No dia 28, Clarice Degani, diretora executiva do CBCS, e a arquiteta Cibele Assmann, gerente de Inovação da Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Urbano de Florianópolis, participam do painel “Da gestão local à Política Federal: caminhos para as construções eficientes e a resiliência urbana”.

No painel, serão apresentados os principais componentes do Programa Cidades Eficientes, realizado pelo CBCS, com o apoio do Instituto Clima e Sociedade (iCS) e a sua implementação pela Prefeitura de Florianópolis, iniciada desde a fase piloto do Programa em 2018.

Ao longo de diferentes fases do programa, o CBCS realizou diversas ações nos eixos Gestão, Capacitação e Políticas Públicas em parceria com a Prefeitura de Florianópolis. Entre elas, estiveram a implementação da Plataforma de Gestão de Consumo e Custo de Energia e Água dos prédios públicos; as proposições de um Código de Energia para edificações da cidade, de um Manual de Compras Públicas Eficientes e de um decreto para gestão e boas práticas dos edifícios públicos; e a realização do Diagnóstico Energético em oito escolas e de Gincanas Energéticas em prédios administrativos.

O Programa Cidades Verdes Resilientes é coordenado pelo MMA, implementado em conjunto com o Ministério das Cidades (MCid) e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e apoiado pelo Projeto ANDUS. A iniciativa tem como objetivo principal fortalecer políticas públicas voltadas à adaptação e à resiliência climática, promovendo uma articulação integrada entre os governos federal, estaduais e municipais. Mais informações: redus.org.br

“Não temos uma receita única. O importante é que cada prefeitura tome a decisão de iniciar o processo de evolução – que passa pela transição energética, pela inovação tecnológica, pela descarbonização, pela adaptação às novas condicionantes climáticas, e até mesmo pela simples conscientização e engajamento das pessoas”. Com esse alerta, Clarice Degani, diretora executiva do Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS) deu início ao evento “Cidades eficientes e o papel das prefeituras brasileiras”, realizado nesta quarta-feira (19.02), no formato híbrido, marcando o encerramento da quinta fase do Programa Cidades Eficientes, desenvolvido pelo CBCS com o apoio do Instituto Clima e Sociedade (iCS). O evento está disponível na íntegra no canal do CBCS no YouTube.

Ao citar as diferentes ações desenvolvidas em parceria com os municípios atendidos nesta quinta fase do programa – Florianópolis, Rio de Janeiro, Palmas, Rio do Sul e Teresina – Clarice destacou a importância da governança municipal. “Ao observar as cidades que já adotaram iniciativas bem-sucedidas, percebemos que a liderança municipal é fundamental. Quando a prefeitura assume o protagonismo, estabelecendo metas e orquestrando ações com o setor público, o setor privado e a sociedade civil, ela se torna exemplo não apenas para a população local, mas também para outros municípios, estados e, eventualmente, para outros países. Com uma governança clara, recursos bem aplicados e transparência nos resultados, podemos acelerar a transição energética local e, ao mesmo tempo, contribuir para os compromissos climáticos do Brasil”, reforçou.

Clarice Degani, diretora executiva do CBCS

Entre as principais ações desta quinta fase do programa esteve a implementação da plataforma digital de Gestão de Consumo de Energia e Água para edificações públicas municipais. A ferramenta viabiliza o gerenciamento dos indicadores de consumo de energia, água e gás dos edifícios públicos, seus custos mensais e desempenhos em função da tipologia, área construída e ocupação. Seu uso permite o estabelecimento de benchmarks internos e comparativos entre os vários edifícios das prefeituras.  “A plataforma oportuniza mais eficiência na gestão, menos consumo de água e de energia, mais consciência ambiental e mais economia aos cofres públicos”, destacou a arquiteta Maria Andrea Triana, coordenadora técnica do Programa Cidades Eficientes. Durante o evento, foram apresentados os resultados de cada eixo do programa – Gestão de Consumo, Capacitação e Políticas Públicas, com a participação das pesquisadoras do programa Giselle Bahiense Lyra, Juliana May Sangoi e  Carolina Griggs.

 

Maria Andrea Triana, coordenadora técnica do Programa Cidades Eficientes

 

“Liderar pelo exemplo”

Para Daniel Mancebo, coordenador geral do Escritório de Planejamento da Prefeitura do Rio de Janeiro, o trabalho desenvolvido em parceria com o CBCS cria oportunidades de desdobramentos importantes, alinhados com o compromisso da cidade de neutralizar suas emissões até 2050. “Precisamos realmente implementar estratégias específicas para que as edificações sejam mais eficientes, entendendo que isso tem um impacto direto nas emissões da cidade. As prefeituras podem liderar pelo exemplo, dizer como fazer melhor. E também trazer o aspecto econômico que é indissociável. Temos que economizar recursos públicos para outras estratégias da cidade, como questões sociais e questões urbanas”, disse.

Florianópolis, primeiro município brasileiro a implementar a plataforma de Gestão de Consumo de Energia e Água do CBCS, avançou no aprimoramento da ferramenta e em outras iniciativas. “Nós estamos há sete anos trabalhando juntos. A gente construiu, inclusive, uma área dentro da prefeitura que já trabalha com a parte de inovação e sustentabilidade urbana que não tínhamos e isso é uma construção. Hoje, talvez, os gestores já entendam um pouco melhor a importância desse trabalho da eficiência energética, do uso da água, da sustentabilidade nos prédios públicos e tudo isso, como pontos importantíssimos, buscando a mitigação da emissão de gases de efeito estufa e a melhoria para todo o planeta”, disse Cibele Assmann, gerente de inovação da Secretaria Municipal de Planejamento, Habitação e Desenvolvimento Urbano de Florianópolis (SC). Ela fez questão de agradecer à equipe do CBCS pela oportunidade. “Aqui no evento vocês puderam ver um pouquinho de um trabalho de excelência e que não é comum a gente ter acesso dentro das prefeituras, podendo aplicá-lo no nosso trabalho técnico e nas políticas públicas”, destacou.

Para os municípios beneficiados pelo Workshop Mais Eficiência, Menos Consumo, de capacitação e orientação para implementação da plataforma, a experiência foi enriquecedora. “Algo que nos incentivou e trouxe um olhar mais crítico foi a questão da implantação dessa política e visão de gestão de consumo que precisamos estar mais atentos (…) Quando a gente não enxerga o quanto está gastando, acaba se despreocupando um pouco. (…) Eu acredito que a plataforma vem para nos ajudar nesse sentido, vamos conseguir gerenciar melhor os nossos consumos e, consequentemente, conseguir reduzir os nossos gastos”, afirmou Raquel Ribeiro das Virgens, da Secretaria Municipal da Habitação de Palmas (TO).

Para Carolina Bini, do Departamento de Urbanismo da Prefeitura de Rio do Sul (SC), foi muito importante para a cidade a discussão sobre a necessidade de eficiência energética, de troca de equipamentos, do cálculo do custo-benefício de equipamentos e, com isso, a redução de custos.  “A plataforma ainda está em desenvolvimento e tomara que continue, mas já houve evolução aqui na cidade em relação ao entendimento de que a sustentabilidade precisa estar em pauta, precisa ser uma prioridade inclusive entre as secretarias”, frisou.  Os desafios de levantamento e cadastramento do estoque de edifícios públicos municipais e, especialmente, de coleta dos dados de consumo de cada unidade junto às concessionárias foram apontados por todos os participantes. “Foi justamente com a ajuda da equipe do CBCS que a gente conseguiu. Estavam sempre nos apoiando e foi muito gratificante”, disse Roberto Santos, de Teresina (PI).

 

Raquel Ribeiro das Virgens, de Palmas (TO), Carolina Bini, da Prefeitura de Rio do Sul (SC) e Roberto Santos, de Teresina (PI).

Expectativa de continuidade

Apesar da conclusão da quinta fase do Programa Cidades Eficientes, ele deverá manter a sua continuidade. “Embora o apoio do iCS esteja chegando ao fim, o Programa Nacional de Conservação de Energia e o Ministério de Minas e Energia se interessaram muito por ele devido ao sucesso e a replicabilidade entre as prefeituras e devem continuar nos apoiando”, anunciou Roberto Lamberts, conselheiro e coordenador do CT Energia do CBCS, durante o evento. Na sequência, Victoria Santos, Gerente de Energia e Indústria no iCS, comemorou a notícia. “A gente se sente com dever cumprido, quando vê o tamanho que alcançou o Programa Cidades Eficientes, os resultados, a formação dos atores de municípios importantes (…). Esse projeto precisa continuar (…) precisa ser escalado para mais prefeituras”, enfatizou.

 

O evento foi realizado na Arena Conecta, na sede da Aemflo/CDL em São José (SC), e contou com transmissão ao vivo pelo canal do CBCS no YouTube: @cbcsconstrucaosustentavel.

 

Clique e assista na íntegra. 

 

Sobre o Programa Cidades Eficientes

Realizado pelo CBCS com o apoio do Instituto Clima e Sociedade (iCS), o programa Cidades Eficientes desenvolve análises, estudos, ferramentas e sugere políticas públicas tais como a plataforma de gestão de consumo de energia e água, diretrizes para a elaboração de códigos de energia, recomendações para códigos de obras e guias de compras públicas que sejam mais sustentáveis para os municípios. As ações foram iniciadas em 2018, respondendo à demanda crescente do setor público para aumentar sua eficiência no uso dos recursos, com diversos municípios brasileiros atendidos.

Em 2024, em sua quinta fase, o programa escalou nacionalmente estratégias para a governança na gestão do consumo de energia, água e gás pelas edificações públicas municipais, com o Workshop Mais Eficiência, Menos Consumo – que resultou na implementação da plataforma de gestão pelas prefeituras de Palmas (TO), Rio do Sul (SC) e Teresina (PI); deu continuidade nas medidas iniciadas nas prefeituras de Florianópolis e do Rio de Janeiro, promoveu requisitos para compras de baixo carbono, e divulgou os resultados alcançados na promoção da eficiência energética e conservação da água nas edificações.

Entre as ações de 2024, também foi realizada uma Gincana Energética na Escola Municipal Vicente Licínio Cardoso, localizada na Praça Mauá, no Rio de Janeiro, envolvendo funcionários, professores, alunos, especialistas do CBCS e representantes da ENBPar – empresa executora do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel/MME), e identificou muitas oportunidades de melhoria da eficiência. Foram realizadas pesquisas nas escolas municipais de Florianópolis, Palmas e Teresina para identificação de oportunidades de eficiência energética e redução do consumo de água em relação a equipamentos, estrutura, manutenção e hábitos e produzidos dois guias com diretrizes para a gestão de energia e água nas escolas municipais. E ainda foi publicada uma carta aos candidatos aos cargos de prefeito e vereador das cidades brasileiras nas eleições de 2024 com propostas de medidas para o alcance de cidades mais sustentáveis e eficientes.

 

Equipe do Cidades Eficientes: Liége Garlet, pesquisadora; Clarice Degani, diretora executiva do CBCS; Olavo Kucker Arantes, conselheiro do CBCS; Maria Andrea Triana, coordenadora técnica do programa; Carolina Griggs, pesquisadora; Giselle Lyra, pesquisadora; Juliana May Sangoi, pesquisadora; Thalita Maciel, pesquisadora; e Letícia Wilson, assessora de comunicação.

 

Fotos: Fernando Willadino | CBCS 

No próximo dia 19 de fevereiro, das 9h30 às 11h30, o Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS) realizará o evento de encerramento da Fase V do Programa Cidades Eficientes. Na programação está a apresentação dos resultados das ações desenvolvidas durante o ano de 2024 nos municípios atendidos pelas mais diversas iniciativas: Florianópolis (SC), Rio de Janeiro (RJ), Palmas (TO), Teresina (PI) e Rio do Sul (SC).

O evento será realizado na Arena Conecta, na sede da Aemflo/CDL em São José (SC) e terá transmissão ao vivo pelo canal do CBCS no YouTube: @cbcsconstrucaosustentavel.

As inscrições estão abertas e podem ser feitas pelo Formulário On-line, indicando o tipo de participação: presencial ou on-line.

 

Sobre o Cidades Eficientes

Realizado pelo CBCS com o apoio do Instituto Clima e Sociedade (iCS), o programa Cidades Eficientes desenvolve análises, estudos, ferramentas e sugere políticas públicas tais como a plataforma de gestão de consumo de energia e água, diretrizes para a elaboração de códigos de energia, recomendações para códigos de obras e guias de compras públicas que sejam mais sustentáveis para os municípios.

As ações foram iniciadas em 2018, com a primeira fase, respondendo à demanda crescente do setor público para aumentar sua eficiência no uso dos recursos, com diversos municípios brasileiros atendidos. Em 2024, em sua quinta fase de operação, o Cidades Eficientes escalou nacionalmente estratégias para a governança na gestão do consumo de energia, água e gás pelas edificações públicas municipais, com a realização do Workshop Mais Eficiência, Menos Consumo – que resultou na implementação da plataforma de gestão das edificações públicas  pelas prefeituras de Palmas (TO), Rio do Sul (SC) e Teresina (PI); deu continuidade nas medidas iniciadas nas prefeituras de Florianópolis e do Rio de Janeiro, promoveu requisitos para compras de baixo carbono em edificações públicas, e divulgou os resultados alcançados na promoção da eficiência energética e conservação da água nas edificações.

Entre as ações foram realizadas pesquisas nas escolas municipais de Florianópolis, Palmas e Teresina, e foi publicada uma carta aos candidatos aos cargos de prefeito e de vereador das cidades brasileiras nas eleições de 2024 com propostas para inclusão em seus programas de governo de medidas para o alcance de cidades mais sustentáveis e eficientes.

 

O Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS) apresentou os resultados das ações realizadas em parceria com a Prefeitura do Rio de Janeiro em 2024, na quinta fase do Programa Cidades Eficientes. Gestão, Capacitação e Políticas Públicas nortearam os trabalhos realizados ao longo do último ano pelo programa, desenvolvido pelo CBCS com apoio do Instituto Clima e Sociedade (iCS).

Entre os resultados, está a ampliação das bases de dados consolidadas das edificações municipais na nova versão da plataforma de gestão de consumo de energia e de água do CBCS implementada pelo município já em 2023, a realização de uma terceira gincana energética para verificação de oportunidades de eficientização em uma escola e a entrega de um guia com diretrizes para escolas eficientes.

A prefeitura do Rio de Janeiro possui mais de 2.300 edificações e o consumo de energia e de água desses prédios representa um custo na ordem de R$ 250 milhões (dado de 2023), de acordo com Daniel Mancebo, Coordenador Geral do Escritório de Planejamento da Prefeitura do Rio de Janeiro. Por isso, a atualização da Plataforma de Gestão foi tão relevante. A ferramenta explora os indicadores de consumos de energia e de água, os custos mensais das edificações e mede seus desempenhos por tipologia, área construída e ocupação. Seu uso permite o estabelecimento de benchmarks internos e viabiliza a comparação do desempenho entre os edifícios da prefeitura.

 

Daniel Mancebo destaca a relevância do programa para a Prefeitura do Rio, enfatizando que atende a perspectiva de neutralização das emissões de gases do efeito estufa até 2050, que é um compromisso do Rio de Janeiro. “Trabalhar esse tema foi extremamente importante. Ele está alinhado com a perspectiva de neutralizar as emissões da cidade, uma gestão ágil e, consequentemente, tem um aspecto relevante também de economia de recursos públicos”, afirma. Segundo ele, o programa foi “extremamente importante por trazer método, pragmatismo e novas formas de acompanhamento e controle dos gastos e de consumo de energia, água e agora, mais recentemente, gás das edificações municipais. “Foi um processo muito colaborativo”, enfatiza.

Ainda na busca de soluções para a área de Gestão, o programa realizou a Gincana Energética na Escola Municipal Vicente Licínio Cardoso, localizada na Praça Mauá, no Rio de Janeiro. A atividade colaborativa mobilizou funcionários, professores, alunos, especialistas do CBCS e representantes da ENBPar – empresa executora do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel/MME),  e  identificou muitas oportunidades de melhoria da eficiência. Entre elas, uma economia de aproximadamente 30% no consumo de energia para o condicionamento de ar do ambiente, ao substituir alguns dos aparelhos com classe “E”, conforme  análises realizadas com base na Etiqueta Nacional de Conservação de Energia, do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), por modelos mais eficientes (Inverter) com classe “A”. E, no caso de troca por equipamentos com selo Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel) Ouro, a economia pode chegar a 50%.

Com base no levantamento realizado durante a gincana  e no resultado da pesquisa realizada nas escolas municipais em 2022, o Programa Cidades Eficientes produziu o guia Gestão de Energia e Água para Escolas Eficientes, que será distribuído pela Secretaria Municipal de Educação e poderá servir de modelo a outros municípios brasileiros.

De acordo com Pedro Rolim, assessor do Escritório de Planejamento, o trabalho desenvolvido pelo CBCS deixa uma base muito bem consolidada e, tecnicamente, bem elaborada, que poderá ser aplicada em futuros projetos. “Efetivamente, conseguimos transformar todos esses estudos, ferramentas e manuais em outras propostas concretas, seja nas escolas, seja em qualquer outro equipamento público, pois nos fornece visualizações de onde queremos chegar”, destaca.

Durante a exibição dos resultados, Maria Andrea Triana, coordenadora técnica do Programa Cidades Eficientes, enfatizou que esse foi o segundo ano de trabalho com a Prefeitura do Rio de Janeiro e, por isso, foi possível consolidar muitas ações e avançar ainda mais. Ela também destacou o apoio e fundamental engajamento do Escritório de Planejamento e da Secretaria Municipal de Educação. A reunião de apresentação dos resultados foi realizada no dia 18 de dezembro, na sede do Escritório de Planejamento e contou também com as presenças de Clarice Degani, diretora executiva do CBCS, e Giselle Bahiense Lyra, pesquisadora do Programa Cidades Eficientes. Do Escritório de Planejamento estiveram presentes, além de Daniel e Pedro, Aline Xavier, Coordenadora de Estratégias de Planejamento, Bruna Macciantelli, Gerente de Novos Modelos em Sustentabilidade e Resiliência, e os estagiários Ana Beatriz Pires, Felipe Furtado, Karen de Oliveira e Luis Felipe de Almeida. Da Secretaria de Educação, estavam presentes as professoras Luciana Costa e Leila Santos.

 

SOBRE O CIDADES EFICIENTES

Promovido pelo Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS), com apoio do Instituto Clima e Sociedade (iCS), o programa Cidades Eficientes desenvolve análises, estudos, ferramentas e sugere políticas públicas tais como a plataforma de gestão de consumo de energia e água, diretrizes para a elaboração de códigos de energia, recomendações para códigos de obras e guias de compras públicas que sejam mais sustentáveis para os municípios.

As ações foram iniciadas em 2018, com a primeira fase, respondendo à demanda crescente do setor público para aumentar sua eficiência no uso dos recursos. Nas quatro fases já realizadas ao longo deste período, diversos municípios já foram atendidos, em diferentes iniciativas: Balneário Camboriú, Concórdia, Itá, Zortéa, em Santa Catarina, com workshops para capacitação de gestores sobre eficiência energética, Sorocaba (SP) e Jaboatão dos Guararapes (PE), na fase piloto do programa, e estruturação de elementos de governança e políticas públicas nas cidades de Florianópolis (SC) e Rio de Janeiro (RJ), ambas realizadas em parceria com as prefeituras municipais.
Em 2024, em sua quinta fase de operação, o Cidades Eficientes escalou nacionalmente estratégias para a governança na gestão do consumo de energia, água e gás pelas edificações públicas municipais, com a realização do Workshop Mais Eficiência, Menos Consumo – que resultou na implementação da plataforma pelas prefeituras de Palmas (TO), Rio do Sul (SC) e Teresina (PI); deu continuidade nas medidas iniciadas nas prefeituras de Florianópolis e do Rio de Janeiro, promoveu requisitos para compras de baixo carbono em edificações públicas, e divulgou os resultados alcançados na promoção da eficiência energética e conservação da água nas edificações.

Entre as ações de 2024 também foram realizadas pesquisas nas escolas municipais de Florianópolis, Palmas e Teresina, e a publicação de uma carta aos candidatos aos cargos de prefeito e de vereador das cidades brasileiras nas eleições de 2024 com propostas para a criação de cidades mais sustentáveis e eficientes. As recomendações abordam a gestão do consumo de energia e água em edificações públicas municipais, compras públicas eficientes e a etiquetagem de eficiência energética para edificações.

Fotos: Allan Vilela / Prefeitura do Rio

Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS) apresentou, no final de janeiro, o diagnóstico dos consumos de energia e de água em escolas municipais de Florianópolis para a Secretaria Municipal de Educação (SME). A iniciativa fez parte das ações realizadas pelo Programa Cidades Eficientes, promovido pelo CBCS com apoio do Instituto Clima e Sociedade (iCS), em parceria com a Prefeitura de Florianópolis em 2024, na quinta fase do programa. O resultado completo das ações será apresentado em fevereiro em evento ampliado aos gestores municipais.

Em relação às edificações escolares, o custo total de eletricidade das 126 edificações desta tipologia foi de R$ 3,7 milhões em 2023, o equivalente a 49% do custo registrado pelas 250 edificações municipais cadastradas no mesmo período, que totalizou R$ 7,6 milhões. Em relação ao consumo de água, a tipologia escolar representa 55% do total do consumo das edificações municipais cadastradas. O custo de água foi de R$ 1,8 milhão em 2023 nas 107 edificações desta tipologia analisadas.

Os dados são da Plataforma de Gestão de Consumo de Energia e de Água desenvolvida pelo CBCS e implementada pela Prefeitura de Florianópolis a partir de 2020, na segunda fase do Programa Cidades Eficientes. Com o cadastro das edificações municipais, categorizadas por tipologias e órgãos ou secretarias vinculadas, e as informações dos consumos individuais obtidos junto às concessionárias de energia e de água agora é possível monitorar o desempenho de todas as unidades cadastradas.

Em 2024, na quinta fase do programa, o CBCS retomou a parceria com a Prefeitura de Florianópolis implementando novas funcionalidades na plataforma. Entre outras ações desenvolvidas foi realizada uma pesquisa junto às escolas municipais de Florianópolis para identificação de oportunidades de eficiência energética e redução do consumo de água em relação a equipamentos, estrutura, manutenção e hábitos dos cerca de 41 mil usuários das edificações, entre estudantes, servidores e colaboradores.

 

Marcelo Salles Olinger, Maria Andrea Triana, Carolina Griggs, Cibele Assmann, Sheila Comiran e Eduardo Gutierres

“Com essas informações é possível gerenciar os consumos, estabelecer metas de redução e verificar o impacto das medidas adotadas. A mudança de hábitos, a priorização da ventilação natural, o uso do ar condicionado somente quando necessário, com temperatura ao redor de 24 graus Celsius, e a substituição de equipamentos por modelos mais eficientes são algumas das medidas que podem proporcionar economias significativas”, explica a arquiteta Maria Andrea Triana, coordenadora técnica do programa Cidades Eficientes. A apresentação foi feita por ela, no dia 22 de janeiro, ao secretário adjunto da SME, Eduardo Savaris Gutierres. Participaram também do encontro a arquiteta Sheila Comiran, da SME, a arquiteta Cibele Assmann, gerente de inovação da Secretaria Municipal de Planejamento, Habitação e Desenvolvimento Urbano, e o engenheiro civil Marcelo Salles Olinger, da mesma secretaria, e a pesquisadora Carolina Griggs, do CBCS.

“Quando a gente encontra dados e consegue compreender a realidade da nossa rede relativamente ao consumo de energia, de água e o uso eficiente desses recursos, isso é muito importante. Nós temos uma rede que trabalha muito, conscientiza muito. Precisamos ser exemplo para os nossos estudantes que todos os dias chegam às nossas unidades. Temos que mostrar para eles que conseguimos fazer um uso consciente”, disse Eduardo Gutierres. O secretário adjunto afirmou que, a partir da análise dos dados, pretende estabelecer metas de redução de consumo para as unidades, e destacou o potencial de multiplicação das medidas de conscientização junto aos estudantes. “Quando temos a cidade educada com preocupação socioambiental, com uso consciente de energia e de água, nós temos  uma cidade muito mais eficiente para os próximos anos, que eu tenho certeza que é a meta da nossa cidade”, ressaltou Eduardo.

Em Florianópolis, as ações do Programa Cidades Eficientes em 2024 envolveram, ainda, a atualização do Manual de Compras Eficientes e recomendações de política pública de incentivos de sustentabilidade para o setor comercial. O resultado completo das ações será apresentado aos gestores municipais em evento ampliado a ser realizado em fevereiro.

 

 

 

SOBRE O CIDADES EFICIENTES

Promovido pelo Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS), com apoio do Instituto Clima e Sociedade (iCS), o programa Cidades Eficientes desenvolve análises, estudos, ferramentas e sugere políticas públicas tais como a plataforma de gestão de consumo de energia e água, diretrizes para a elaboração de códigos de energia, recomendações para códigos de obras e guias de compras públicas que sejam mais sustentáveis para os municípios.

As ações foram iniciadas em 2018, com a primeira fase, respondendo à demanda crescente do setor público para aumentar sua eficiência no uso dos recursos. Nas quatro fases já realizadas ao longo deste período, diversos municípios já foram atendidos, em diferentes iniciativas: Balneário Camboriú, Concórdia, Itá, Zortéa, em Santa Catarina, com workshops para capacitação de gestores sobre eficiência energética, Sorocaba (SP) e Jaboatão dos Guararapes (PE), na fase piloto do programa, e estruturação de elementos de governança e políticas públicas nas cidades de Florianópolis (SC) e Rio de Janeiro (RJ), ambas realizadas em parceria com as prefeituras municipais.

Em 2024, em sua quinta fase de operação, o Cidades Eficientes escalou nacionalmente estratégias para a governança na gestão do consumo de energia, água e gás pelas edificações públicas municipais, com a realização do Workshop Mais Eficiência, Menos Consumo – que resultou na implementação da plataforma de gestão das edificações públicas  pelas prefeituras de Palmas (TO), Rio do Sul (SC) e Teresina (PI); deu continuidade nas medidas iniciadas nas prefeituras de Florianópolis e do Rio de Janeiro, promoveu requisitos para compras de baixo carbono em edificações públicas, e divulgou os resultados alcançados na promoção da eficiência energética e conservação da água nas edificações.

Entre as ações esteve a realização de pesquisas nas escolas municipais de Florianópolis, Palmas e Teresina, e a publicação de uma carta aos candidatos aos cargos de prefeito e de vereador das cidades brasileiras nas eleições de 2024 com propostas para a criação de cidades mais sustentáveis e eficientes. As recomendações abordam a gestão do consumo de energia e água em edificações públicas municipais, compras públicas eficientes e a etiquetagem de eficiência energética para edificações.

 

 

Mais eficiência na gestão, menos consumo de água e de energia, mais consciência ambiental e mais economia aos cofres públicos. Com esse propósito, prefeituras de três cidades brasileiras implementaram, em 2024, a plataforma digital de gestão de consumo de energia e de água para edificações públicas municipais desenvolvida pelo Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS) com o apoio do Instituto Clima e Sociedade (iCS). Palmas (TO), Rio do Sul (SC) e Teresina (PI) concluíram o workshop “Mais eficiência, menos consumo”, oferecido gratuitamente pelo CBCS no ano passado como uma das ações da quinta fase do Programa Cidades Eficientes.

O workshop foi iniciado em junho e se estendeu até o dia 3 de dezembro, em sete encontros, sendo um deles presencial ocorrido no final do mês de junho na cidade do Rio de Janeiro (RJ).  Durante os encontros, além de debates sobre governança na pauta ambiental, os técnicos das prefeituras participantes foram capacitados em relação à operacionalização da plataforma com a equipe do CBCS, e puderam conhecer as experiências das prefeituras de Florianópolis (SC) e do Rio de Janeiro (RJ), que já haviam implantado a plataforma pelo mesmo programa.

 

Workshop contou com encontros on-line entre representantes dos municípios e a equipe do programa

 

“Proporcionar essa troca entre os municípios foi muito positivo. Todos têm desafios semelhantes, ainda que em escalas diferentes. Ao compartilharem suas realidades, eles compreenderam a importância da organização e monitoramento dos dados de consumo, superaram juntos as dificuldades envolvidas no processo e, especialmente, os ganhos em potencial”, destaca Clarice Degani, diretora do CBCS.

Para a efetividade da plataforma, os municípios tiveram que levantar as informações de todas as edificações públicas municipais nos cadastros da prefeitura, considerando tipologia e área construída, buscar os dados de energia e de água de cada uma delas junto às concessionárias, e abastecer o sistema com essas informações para possibilitar o panorama geral do consumo e custo, viabilizando o seu monitoramento e gestão. A experiência envolveu, ainda, a participação de todos em uma Gincana Energética em uma escola do Rio de Janeiro e a realização de pesquisa com as escolas de cada um dos municípios participantes, obtendo um diagnóstico mais específico dessa tipologia de edificações.

“A maior dificuldade que os municípios enfrentaram foi a complexidade na obtenção de dados junto às concessionárias. Esse processo deveria ser simplificado, com informações de fácil acesso para transparência do consumo de energia e de água dos edifícios públicos”, enfatiza a arquiteta Maria Andrea Triana, coordenadora técnica do Programa Cidades Eficientes.

Para atingir ganhos significativos de eficiência é preciso que os municípios conheçam efetivamente os seus consumos. “A adoção de ferramentas de gestão pode potencializar esses resultados, permitindo identificar oportunidades de redução de custos e direcionamento dos investimentos com foco em eficiência”, complementa Giselle Lyra, pesquisadora do Programa Cidades Eficientes.

 

 

Encontro presencial durante debate sobre governança municipal no Rio de Janeiro

Possibilidades de economia 

De forma prática e com resultados imediatos, os municípios puderam perceber, durante as atividades, as possibilidades de economia dos recursos. “Aprendemos a identificar e analisar os equipamentos que mais consomem energia, como ar-condicionado e sistemas de iluminação em prédios públicos. Foi possível perceber, de forma clara, a necessidade urgente de otimizar esses aparelhos, seja por meio de ajustes nos horários de funcionamento, substituição por tecnologias mais eficientes ou ainda a implementação de protocolos de uso racional”, afirma Marcos Vinício Cardoso, chefe da divisão de projetos e captação de recursos da Prefeitura de Palmas. 

Marcos destaca que ficou evidente a importância da manutenção preventiva para garantir que os equipamentos operem com máxima eficiência, evitando o desperdício de energia e prolongando a vida útil dos aparelhos. “Em relação à economia de água, aprendemos a identificar as áreas com maior consumo, como banheiros e cozinhas, onde o desperdício muitas vezes é causado por vazamentos, torneiras mal reguladas e equipamentos ineficientes”, ressalta. A introdução de tecnologias de baixo consumo, como torneiras automáticas e sistemas de reúso de água, é uma solução eficaz para reduzir significativamente o desperdício, sem comprometer a funcionalidade dos espaços. “Essa mudança pode gerar uma grande economia, além de contribuir para a preservação dos recursos hídricos”, pontua. Para ele, os conhecimentos adquiridos durante o workshop e a pesquisa com as escolas são essenciais para aprimorar a gestão de recursos no município de Palmas, contribuindo para a redução de custos e o aumento da sustentabilidade dos prédios públicos.

Roberto Santos, da Prefeitura de Teresina, igualmente destaca a importância da análise e uso dos dados para trazer mais eficiência para o município. “A plataforma está sendo implantada agora em dezembro. Ainda que ajustes tenham de ser feitos, é muito gratificante porque o gestor vai ter o total acompanhamento da sua pasta”, considera Roberto, do Núcleo Especial para Controle das Despesas dos Órgãos e Entidades da Administração Pública – NECD – vinculado à Secretaria Municipal de Finanças. Ele reforça a importância da realização da pesquisa de diagnóstico nas escolas e adianta que pretendem organizar uma Gincana Energética em breve em Teresina. “Só temos a agradecer a participação no workshop para termos uma visão mais macro do município. Com certeza vamos aprimorar e divulgar esses conhecimentos”, diz.

O envolvimento e o comprometimento dos participantes possibilitaram o rápido aprendizado e a compreensão da relevância da iniciativa. “Com o desenvolvimento das atividades, passamos a enxergar a importância de manter os dados de consumo e gastos públicos monitorados. Essa plataforma, além de possibilitar a visualização e comparação de dados de forma didática, viabiliza ao município a gestão de consumo dos prédios públicos de forma transparente, garantindo economia dos gastos públicos”, afirma a arquiteta e urbanista Carolina Bini, do Departamento de Urbanismo da Prefeitura de Rio do Sul. Desde que foi selecionado para participação no workshop, o município se aproximou mais dos temas relacionados à eficiência energética. “Rio do Sul, com a implementação da plataforma, atua em mais uma ação com foco em desenvolver uma cidade mais inteligente”, complementa a arquiteta e urbanista Mariani Salazar da Silva, diretora do departamento de Plano Diretor da Prefeitura.

 

O Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS) apresenta aos candidatos aos cargos de prefeito e de vereador das cidades brasileiras propostas para a criação de cidades mais sustentáveis e eficientes. As recomendações abordam a gestão do consumo de energia e água em edificações públicas municipais, compras públicas eficientes e a etiquetagem de eficiência energética para edificações. Tais medidas devem ser consideradas pelos candidatos a prefeito em seus planos de governo, e os candidatos a vereador podem sugerir sua implementação em seus municípios.

Com esta iniciativa, a entidade espera contribuir com aqueles candidatos interessados em fazer a diferença e deixar um legado de responsabilidade e compromisso com a sua população e com as próximas gerações de cidadãos. O documento está sendo enviado aos comitês centrais de todos os partidos políticos brasileiros cadastrados no Tribunal Superior Eleitoral para ampla divulgação entre os candidatos.

“Candidatar-se aos cargos de prefeito e de vereador é assumir o compromisso de transformar a cidade em um lugar melhor para todos. Entre as inúmeras responsabilidades, garantir que as edificações públicas e privadas sejam sustentáveis e eficientes também é importante, promovendo exemplos de boas práticas e, especialmente, respondendo à necessidade de uma gestão pública responsável e transparente”, afirma a engenheira civil Clarice Degani, doutora em sustentabilidade e diretora do CBCS.

Importante destacar que os edifícios consomem, aproximadamente, metade da eletricidade do Brasil, segundo relatórios do Balanço Energético Nacional. O potencial de redução desse consumo pode alcançar de 30% até mais de 50%, a depender da tipologia e da zona climática em que se localiza a edificação, tanto para novas edificações quanto para as existentes, por meio da adoção de medidas de eficiência energética, como informa o Procel Edifica.

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Mais transparência e eficiência nos gastos públicos

As medidas recomendadas integram o Programa Cidades Eficientes, desenvolvido pelo CBCS, com o apoio do Instituto Clima e Sociedade (iCS), que vem, desde 2018, ajudando municípios a estruturar uma governança para a sustentabilidade ao atuar diretamente na gestão eficiente do consumo de energia e água das edificações públicas e na promoção da melhoria das edificações privadas das cidades. 

A gestão de consumo das edificações é considerada essencial para estabelecer metas de redução e proporcionar transparência e eficiência no gasto público municipal. “Ao implementar uma ferramenta para a gestão do consumo de energia e água de seus edifícios, a prefeitura pode obter grandes economias, reservando recursos financeiros para investimentos em áreas essenciais. Essa ação não apenas ajuda a reduzir os custos operacionais da administração pública, mas também agrega valor à cidade, tornando-a mais adaptada, resiliente e alinhada com as melhores práticas globais de sustentabilidade”, destaca a arquiteta Maria Andrea Triana, pesquisadora, doutora na área de eficiência energética em edificações, coordenadora técnica do Programa Cidades Eficientes.

 

SOBRE O CIDADES EFICIENTES

O programa Cidades Eficientes desenvolve análises, estudos, ferramentas e sugere políticas públicas, tais como a plataforma de gestão de consumo de energia e água, diretrizes para a elaboração de códigos de energia, recomendações para códigos de obras e guias de compras públicas que sejam mais sustentáveis para os municípios.

As ações foram iniciadas em 2018, com a primeira fase, respondendo à demanda crescente do setor público para aumentar sua eficiência no uso dos recursos. Nas quatro fases já realizadas ao longo deste período, diversos municípios já foram atendidos, em diferentes iniciativas, com workshops para capacitação de gestores sobre eficiência energética e estruturação de elementos de governança e políticas públicas.

Em 2024, em sua quinta fase de operação, o Cidades Eficientes está expandindo nacionalmente estratégias para a governança na gestão do consumo de energia, água e gás pelas edificações públicas municipais, promovendo requisitos para compras de baixo carbono em edificações públicas e divulgando os resultados alcançados na promoção da eficiência energética e conservação da água nas edificações.

Prefeituras de cinco cidades brasileiras participam do workshop MAIS EFICIÊNCIA, MENOS CONSUMO oferecido gratuitamente pelo Programa Cidades Eficientes – uma iniciativa do Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS) com apoio do Instituto Clima e Sociedade (iCS). Fortaleza (CE), Palmas (TO), Rio do Sul (SC), Salvador (BA) e Teresina (PI) foram os municípios contemplados a partir do processo seletivo realizado em maio deste ano, e já estão recebendo capacitação e implementação da plataforma de gestão de consumo de energia e de água para edificações municipais. Os workshops foram iniciados em  junho e se estendem até novembro, em sete encontros, sendo um deles presencial ocorrido no final do mês de julho na cidade do Rio de Janeiro (RJ).  

“Ao final dos encontros, os municípios terão estabelecido os benchmarks de consumo de suas edificações públicas — etapa fundamental para o estabelecimento de metas e o detalhamento de planos de ação para a eficiência energética e conservação da água, mas, principalmente, poderão contar com uma ferramenta permanente de gestão de seus próprios consumos”, explica Clarice Degani, diretora do CBCS.  A ferramenta citada é a Plataforma de Gestão de Energia e Água para edificações públicas, desenvolvida pelo CBCS, já implamentada nas prefeituras de Florianópolis e do Rio de Janeiro pelo mesmo programa. “A transparência e a organização dos dados de consumo de energia e de água nas edificações públicas municipais viabilizam a análise de deficiências e potencialidades, direcionando melhor o uso dos recursos públicos tanto para as intervenções de melhoria e reforma quanto para o financiamento de novos projetos”, acrescenta a arquiteta Maria Andrea Triana, pesquisadora doutora na área de eficiência energética em edificações, coordenadora técnica do Programa Cidades Eficientes. 

Os edifícios representam aproximadamente a metade do consumo da eletricidade no Brasil, segundo dados do Balanço Energético Nacional (BEN, 2022), e há potencial para redução desse consumo em 50% para novas edificações e de 30% para as já existentes, com a implementação de medidas de eficiência energética (Programa Brasileiro de Etiquetagem de Edificações, PBE Edifica). Dessa forma, é possível dizer que esta é uma grande oportunidade de economia e conservação de recursos nas cidades. “O uso racional da água também merece atenção, especialmente devido ao risco da escassez de água potável em virtude não só do crescente aumento da população urbana, mas do próprio efeito das mudanças climáticas”, enfatiza Clarice Degani.

 

Cultura ambiental e governança municipal 

O envolvimento das prefeituras do país na pauta ambiental voltada para a gestão de edificações vai além do potencial de economia para os cofres públicos; vai ao encontro da necessidade de consolidar uma cultura que valoriza a educação ambiental com os servidores municipais.  

Para Marcos Vinício Cardoso, chefe da divisão de projetos e captação de recursos da prefeitura de Palmas (TO), a participação no workshop oferecido pelo CBCS está totalmente alinhada com as medidas de mitigação e adaptação climática, e com a Agenda Ambiental na Administração Pública (A3P) do Ministério do Meio Ambiente que está sendo implementada no município, representando, ainda, uma oportunidade de economia para os cofres públicos. “É importante envolver os órgãos da Prefeitura desde a construção dos prédios públicos, criando ambientes que favoreçam a ventilação e iluminação natural e a captação/aproveitamento de água da chuva. Também é necessário estruturar o setor de ‘educação ambiental’ para aumentar as ações de sensibilização com os servidores e promover uma conscientização em todos os órgãos”, reforça. 

A gestão eficiente desses recursos está especialmente relacionada com a implementação da plataforma gratuita desenvolvida pelo Programa Cidades Eficientes como ferramenta capaz de sinalizar oportunidades de melhoria para que os servidores possam identificar suas próprias estratégias de intervenções nessas edificações. “Contar com uma ferramenta que possibilite uma gestão eficiente e transparente do patrimônio público municipal foi nossa maior motivação. Ela vai auxiliar na rápida visualização e comparação de dados das informações entre edificações e períodos de utilização, informações essas que antes precisavam ser desenvolvidas manualmente”, destaca Carolina Bini, arquiteta e urbanista da prefeitura de Rio do Sul (RS). Ela considera que a estratégia do programa Cidades Eficientes é válida e convergente com o princípio de uma administração sustentável dos bens públicos, que sofre constantes manutenções. “O incentivo à gestão sustentável, auxiliará ainda mais na economia e organização dos gastos públicos”, destaca Carolina.

Parâmetros de governança que serão incentivados durante o workshop também estão no foco de desenvolvimento de uma gestão sustentável nas edificações. Para Marcelo Araújo de Oliveira, da Secretaria Municipal de Gestão da prefeitura de Salvador (BA),  a governança permite um olhar apurado para o passado, objetivando sanar as falhas deixadas com um olhar para o presente, a fim de atuar nas criticidades e agir de pronto para construir um futuro com mais consciência, atenção e eficiência. “Estamos focados na gestão de energia com ações que visam a redução do consumo, utilização consciente e contratações com economicidade, principalmente em razão da implementação de um sistema piloto de telemetria para energia e água. Por isso, buscamos conhecimento para melhoria na utilização dos serviços essenciais, que oriente sobre os parâmetros comparativos e os indicadores de evolução para permitir uma análise gerencial”, afirma. 

O mesmo olhar está na abordagem do trabalho realizado pela administração pública de Teresina (PI), que mantém um Núcleo Especial para Controle das Despesas dos Órgãos e Entidades da Administração Pública – NECD – vinculado à Secretaria Municipal de Finanças. “A nossa expectativa é aprender as melhores práticas de redução de consumo e implantá-las na prefeitura, além de usar a plataforma de gestão, a ser disponibilizada, e seus relatórios para identificar com maior precisão os pontos que possuem maior custo e aqueles que podem ser melhorados com atualização de contratos de demanda visando uma gestão eficiente nas contas do município”, aponta Roberto Santos. Seu colega no NECD, Lucas Andrade, reforça a expectativa de traçar planos de ações mais embasados e assertivos. “Acredito que a plataforma irá nos beneficiar ao permitir o armazenamento, tratamento e a manipulação de todos os dados referentes ao consumo de energia e água de forma a obtermos  informações mais alinhadas à nossa realidade”, acrescenta. Para eles, a governança municipal é fundamental para garantir que os recursos e serviços públicos sejam gerenciados com eficiência, transparência e participação social.  “Com maior empenho dos órgãos da prefeitura e maior conscientização das lideranças à frente das secretarias podemos ter um consumo consciente e eficaz nas contas de água e energia municipais”, considera Roberto. 

Em Fortaleza, essa conexão entre as lideranças já é uma realidade. Criado há cinco anos, o Comitê de Energias Renováveis e Eficiência Energética de Fortaleza (CERF) possibilita que representantes das principais secretarias, como finanças, economia, meio ambiente e planejamento, interajam e conduzam projetos e iniciativas relacionados à energia de forma colaborativa. A Secretaria Municipal de Conservação e Serviços Públicos (SCSP), em parceria com o CERF, já iniciou um projeto sobre a eficientização de energia dos edifícios municipais. “Essa capacitação será fundamental para a continuidade e sucesso das atividades planejadas”, afirma a engenheira ambiental Francisca Dalila Menezes Vasconcelos, Assessora Especial do Instituto de Pesquisa e Planejamento de Fortaleza e vice-presidente do CERF. Ela participa do workshop juntamente com Zaamarah Alencar Brasil Andrade, da coordenação de iluminação pública da SCSP.

 


SOBRE O CIDADES EFICIENTES

Promovido pelo Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS), com apoio do Instituto Clima e Sociedade (iCS), o programa Cidades Eficientes desenvolve análises, estudos, ferramentas e sugere políticas públicas tais como a plataforma de gestão de consumo de energia e água, diretrizes para a elaboração de códigos de energia, recomendações para códigos de obras e guias de compras públicas que sejam mais sustentáveis para os municípios.

 

As ações foram iniciadas em 2018, com a primeira fase, respondendo à demanda crescente do setor público para aumentar sua eficiência no uso dos recursos. Nas quatro fases já realizadas ao longo deste período, diversos municípios já foram atendidos, em diferentes iniciativas: Balneário Camboriú, Concórdia, Itá, Zortéa, em Santa Catarina, com workshops para capacitação de gestores sobre eficiência energética, Sorocaba (SP) e Jaboatão dos Guararapes (PE), na fase piloto do programa, e estruturação de elementos de governança e políticas públicas nas cidades de Florianópolis (SC) e Rio de Janeiro (RJ), ambas realizadas em parceria com as prefeituras municipais.
 

Em 2024, em sua quinta fase de operação, o Cidades Eficientes está escalando nacionalmente estratégias para a governança na gestão do consumo de energia, água e gás pelas edificações públicas municipais, dar continuidade nas medidas iniciadas nas prefeituras de Florianópolis e do Rio de Janeiro, promover requisitos para compras de baixo carbono em edificações públicas, além de divulgar amplamente os resultados alcançados na promoção da eficiência energética e conservação da água nas edificações.

 

Município atendido pelo Programa Cidades Eficientes do CBCS, Florianópolis ganhou destaque em prêmio importante da América Latina voltado para o incentivo de iniciativas de cidades inteligentes. O projeto Floripa Cidade Eficiente ficou entre os três melhores na categoria Desenvolvimento Urbano Sustentável e Mobilidade do LATAM Smart City Awards. O resultado da premiação foi anunciado no dia 10 de julho, na Cidade do México, durante o Smart City Expo World Congress.

O projeto teve origem na implementação do Programa Cidades Eficientes, desenvolvido pelo CBCS com apoio do Instituto Clima e Sociedade (iCS). O convênio firmado entre o CBCS e a Prefeitura, vigente entre novembro de 2019 e junho de 2021, teve, como resultados, a gestão centralizada do consumo de energia elétrica e água dos 378 edifícios públicos municipais; capacitação de mais de 60 servidores na área de eficiência energética das edificações; e a elaboração de três novas políticas públicas voltadas para a eficiência energética de edifícios.

“Essa conquista é fruto de um trabalho conjunto da Prefeitura de Florianópolis, do Conselho Brasileiro da Construção Sustentável e do Instituto Clima e Sociedade. O reconhecimento internacional nos deixa mais motivados a continuar trabalhando por uma Florianópolis mais sustentável, na busca da mitigação dos gases de efeito estufa e das mudanças climáticas, alinhados às iniciativas mais inovadoras que estão acontecendo no resto do mundo”, afirma a arquiteta Cibele Assmann, chefe do departamento de tecnologias urbanas da diretoria de inovação da Secretaria Municipal de Planejamento e Inteligência Urbana de Florianópolis, e coordenadora técnica do projeto Floripa Cidade Eficiente. Segundo ela, o programa Cidades Eficientes, do CBCS, serviu de base para a estruturação interna da prefeitura e, na reforma administrativa ocorrida no início de 2023, foi criada uma área específica para tratar de cidades inteligentes e sustentáveis.

 

Foto: Ponte Hercílio Luz, cartão-postal da cidade de Florianópolis
(Ricardo Wolffenbüttel/ SECOM)

A  Escola Municipal Vicente Licínio Cardoso, no Rio de Janeiro, recebeu a Gincana Energética do Programa Cidades Eficiente realizada pelo Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS) no dia 27 de junho.O objetivo da iniciativa é  analisar cada ambiente da escola, verificar os sistemas existentes e as rotinas e comportamento dos usuários que influenciam o consumo de energia da escola para propor medidas de intervenção que sejam preferencialmente de baixo ou nenhum custo.

Participaram da ação a equipe técnica do CBCS; professores, funcionários e alunos da escola; equipe da Secretaria Municipal de Educação do Rio; representantes das prefeituras de Palmas (TO), Teresina (PI), Salvador (BA) e Rio do Sul (SC) que participam do workshop Mais Eficiência, Menos Consumo, em curso e liderado pelo CBCS, e representantes da ENBPar – empresa executora do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel/MME).

Os alunos participaram ativamente de todo o processo, integrando os grupos com técnicos e especialistas convidados no percurso pela escola, interagindo com estudantes, professores e funcionários para entender a dinâmica do dia a dia em cada ambiente e sua relação com os sistemas e equipamentos presentes. As percepções eram anotadas em um questionário digital, considerando a estrutura e o comportamento dos usuários.

“Percorremos os diferentes ambientes procurando as oportunidades de economia de energia e conversamos muito a respeito das possibilidades de melhoria. Os alunos absorvem esse conhecimento com muita facilidade e se tornam multiplicadores, na escola e em suas casas, da importância de analisar os espaços e de rever comportamentos em favor do menor consumo e de uma maior eficiência energética”, ressalta a arquiteta María Andrea Triana, pesquisadora doutora na área de eficiência energética em edificações, coordenadora técnica do Programa Cidades Eficientes.

Adesivos com recomendações sobre uso de ar-condicionado e acionamento das lâmpadas, entre outros, foram fixados a partir do entendimento do impacto no consumo de energia de cada tipo de ambiente. Um relatório será produzido e entregue para a Prefeitura e Diretoria da escola com sugestões de medidas de eficiência energética, detalhando-as de forma quantitativa: quanto custam e quanto representam em economia de energia.

A iniciativa também faz parte das ações planejadas para a quinta fase de operação do Cidades Eficientes, criado em 2018 com o apoio do Instituto Clima e Sociedade (iCS). Para 2024, o objetivo é escalar nacionalmente as estratégias para gestão do consumo de energia e água pelas edificações públicas municipais, dar continuidade nos programas desenvolvidos com as prefeituras de Florianópolis e do Rio de Janeiro, promover as compras de baixo carbono em edificações públicas e divulgar amplamente os resultados já alcançados na promoção da eficiência energética e conservação de água nas edificações.

 

Fotos: Allan Vilela / Prefeitura do Rio