Prefeituras de cinco cidades brasileiras participam do workshop MAIS EFICIÊNCIA, MENOS CONSUMO oferecido gratuitamente pelo Programa Cidades Eficientes – uma iniciativa do Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS) com apoio do Instituto Clima e Sociedade (iCS). Fortaleza (CE), Palmas (TO), Rio do Sul (SC), Salvador (BA) e Teresina (PI) foram os municípios contemplados a partir do processo seletivo realizado em maio deste ano, e já estão recebendo capacitação e implementação da plataforma de gestão de consumo de energia e de água para edificações municipais. Os workshops foram iniciados em  junho e se estendem até novembro, em sete encontros, sendo um deles presencial ocorrido no final do mês de julho na cidade do Rio de Janeiro (RJ).  

“Ao final dos encontros, os municípios terão estabelecido os benchmarks de consumo de suas edificações públicas — etapa fundamental para o estabelecimento de metas e o detalhamento de planos de ação para a eficiência energética e conservação da água, mas, principalmente, poderão contar com uma ferramenta permanente de gestão de seus próprios consumos”, explica Clarice Degani, diretora do CBCS.  A ferramenta citada é a Plataforma de Gestão de Energia e Água para edificações públicas, desenvolvida pelo CBCS, já implamentada nas prefeituras de Florianópolis e do Rio de Janeiro pelo mesmo programa. “A transparência e a organização dos dados de consumo de energia e de água nas edificações públicas municipais viabilizam a análise de deficiências e potencialidades, direcionando melhor o uso dos recursos públicos tanto para as intervenções de melhoria e reforma quanto para o financiamento de novos projetos”, acrescenta a arquiteta Maria Andrea Triana, pesquisadora doutora na área de eficiência energética em edificações, coordenadora técnica do Programa Cidades Eficientes. 

Os edifícios representam aproximadamente a metade do consumo da eletricidade no Brasil, segundo dados do Balanço Energético Nacional (BEN, 2022), e há potencial para redução desse consumo em 50% para novas edificações e de 30% para as já existentes, com a implementação de medidas de eficiência energética (Programa Brasileiro de Etiquetagem de Edificações, PBE Edifica). Dessa forma, é possível dizer que esta é uma grande oportunidade de economia e conservação de recursos nas cidades. “O uso racional da água também merece atenção, especialmente devido ao risco da escassez de água potável em virtude não só do crescente aumento da população urbana, mas do próprio efeito das mudanças climáticas”, enfatiza Clarice Degani.

 

Cultura ambiental e governança municipal 

O envolvimento das prefeituras do país na pauta ambiental voltada para a gestão de edificações vai além do potencial de economia para os cofres públicos; vai ao encontro da necessidade de consolidar uma cultura que valoriza a educação ambiental com os servidores municipais.  

Para Marcos Vinício Cardoso, chefe da divisão de projetos e captação de recursos da prefeitura de Palmas (TO), a participação no workshop oferecido pelo CBCS está totalmente alinhada com as medidas de mitigação e adaptação climática, e com a Agenda Ambiental na Administração Pública (A3P) do Ministério do Meio Ambiente que está sendo implementada no município, representando, ainda, uma oportunidade de economia para os cofres públicos. “É importante envolver os órgãos da Prefeitura desde a construção dos prédios públicos, criando ambientes que favoreçam a ventilação e iluminação natural e a captação/aproveitamento de água da chuva. Também é necessário estruturar o setor de ‘educação ambiental’ para aumentar as ações de sensibilização com os servidores e promover uma conscientização em todos os órgãos”, reforça. 

A gestão eficiente desses recursos está especialmente relacionada com a implementação da plataforma gratuita desenvolvida pelo Programa Cidades Eficientes como ferramenta capaz de sinalizar oportunidades de melhoria para que os servidores possam identificar suas próprias estratégias de intervenções nessas edificações. “Contar com uma ferramenta que possibilite uma gestão eficiente e transparente do patrimônio público municipal foi nossa maior motivação. Ela vai auxiliar na rápida visualização e comparação de dados das informações entre edificações e períodos de utilização, informações essas que antes precisavam ser desenvolvidas manualmente”, destaca Carolina Bini, arquiteta e urbanista da prefeitura de Rio do Sul (RS). Ela considera que a estratégia do programa Cidades Eficientes é válida e convergente com o princípio de uma administração sustentável dos bens públicos, que sofre constantes manutenções. “O incentivo à gestão sustentável, auxiliará ainda mais na economia e organização dos gastos públicos”, destaca Carolina.

Parâmetros de governança que serão incentivados durante o workshop também estão no foco de desenvolvimento de uma gestão sustentável nas edificações. Para Marcelo Araújo de Oliveira, da Secretaria Municipal de Gestão da prefeitura de Salvador (BA),  a governança permite um olhar apurado para o passado, objetivando sanar as falhas deixadas com um olhar para o presente, a fim de atuar nas criticidades e agir de pronto para construir um futuro com mais consciência, atenção e eficiência. “Estamos focados na gestão de energia com ações que visam a redução do consumo, utilização consciente e contratações com economicidade, principalmente em razão da implementação de um sistema piloto de telemetria para energia e água. Por isso, buscamos conhecimento para melhoria na utilização dos serviços essenciais, que oriente sobre os parâmetros comparativos e os indicadores de evolução para permitir uma análise gerencial”, afirma. 

O mesmo olhar está na abordagem do trabalho realizado pela administração pública de Teresina (PI), que mantém um Núcleo Especial para Controle das Despesas dos Órgãos e Entidades da Administração Pública – NECD – vinculado à Secretaria Municipal de Finanças. “A nossa expectativa é aprender as melhores práticas de redução de consumo e implantá-las na prefeitura, além de usar a plataforma de gestão, a ser disponibilizada, e seus relatórios para identificar com maior precisão os pontos que possuem maior custo e aqueles que podem ser melhorados com atualização de contratos de demanda visando uma gestão eficiente nas contas do município”, aponta Roberto Santos. Seu colega no NECD, Lucas Andrade, reforça a expectativa de traçar planos de ações mais embasados e assertivos. “Acredito que a plataforma irá nos beneficiar ao permitir o armazenamento, tratamento e a manipulação de todos os dados referentes ao consumo de energia e água de forma a obtermos  informações mais alinhadas à nossa realidade”, acrescenta. Para eles, a governança municipal é fundamental para garantir que os recursos e serviços públicos sejam gerenciados com eficiência, transparência e participação social.  “Com maior empenho dos órgãos da prefeitura e maior conscientização das lideranças à frente das secretarias podemos ter um consumo consciente e eficaz nas contas de água e energia municipais”, considera Roberto. 

Em Fortaleza, essa conexão entre as lideranças já é uma realidade. Criado há cinco anos, o Comitê de Energias Renováveis e Eficiência Energética de Fortaleza (CERF) possibilita que representantes das principais secretarias, como finanças, economia, meio ambiente e planejamento, interajam e conduzam projetos e iniciativas relacionados à energia de forma colaborativa. A Secretaria Municipal de Conservação e Serviços Públicos (SCSP), em parceria com o CERF, já iniciou um projeto sobre a eficientização de energia dos edifícios municipais. “Essa capacitação será fundamental para a continuidade e sucesso das atividades planejadas”, afirma a engenheira ambiental Francisca Dalila Menezes Vasconcelos, Assessora Especial do Instituto de Pesquisa e Planejamento de Fortaleza e vice-presidente do CERF. Ela participa do workshop juntamente com Zaamarah Alencar Brasil Andrade, da coordenação de iluminação pública da SCSP.

 


SOBRE O CIDADES EFICIENTES

Promovido pelo Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS), com apoio do Instituto Clima e Sociedade (iCS), o programa Cidades Eficientes desenvolve análises, estudos, ferramentas e sugere políticas públicas tais como a plataforma de gestão de consumo de energia e água, diretrizes para a elaboração de códigos de energia, recomendações para códigos de obras e guias de compras públicas que sejam mais sustentáveis para os municípios.

 

As ações foram iniciadas em 2018, com a primeira fase, respondendo à demanda crescente do setor público para aumentar sua eficiência no uso dos recursos. Nas quatro fases já realizadas ao longo deste período, diversos municípios já foram atendidos, em diferentes iniciativas: Balneário Camboriú, Concórdia, Itá, Zortéa, em Santa Catarina, com workshops para capacitação de gestores sobre eficiência energética, Sorocaba (SP) e Jaboatão dos Guararapes (PE), na fase piloto do programa, e estruturação de elementos de governança e políticas públicas nas cidades de Florianópolis (SC) e Rio de Janeiro (RJ), ambas realizadas em parceria com as prefeituras municipais.
 

Em 2024, em sua quinta fase de operação, o Cidades Eficientes está escalando nacionalmente estratégias para a governança na gestão do consumo de energia, água e gás pelas edificações públicas municipais, dar continuidade nas medidas iniciadas nas prefeituras de Florianópolis e do Rio de Janeiro, promover requisitos para compras de baixo carbono em edificações públicas, além de divulgar amplamente os resultados alcançados na promoção da eficiência energética e conservação da água nas edificações.

 

Município atendido pelo Programa Cidades Eficientes do CBCS, Florianópolis ganhou destaque em prêmio importante da América Latina voltado para o incentivo de iniciativas de cidades inteligentes. O projeto Floripa Cidade Eficiente ficou entre os três melhores na categoria Desenvolvimento Urbano Sustentável e Mobilidade do LATAM Smart City Awards. O resultado da premiação foi anunciado no dia 10 de julho, na Cidade do México, durante o Smart City Expo World Congress.

O projeto teve origem na implementação do Programa Cidades Eficientes, desenvolvido pelo CBCS com apoio do Instituto Clima e Sociedade (iCS). O convênio firmado entre o CBCS e a Prefeitura, vigente entre novembro de 2019 e junho de 2021, teve, como resultados, a gestão centralizada do consumo de energia elétrica e água dos 378 edifícios públicos municipais; capacitação de mais de 60 servidores na área de eficiência energética das edificações; e a elaboração de três novas políticas públicas voltadas para a eficiência energética de edifícios.

“Essa conquista é fruto de um trabalho conjunto da Prefeitura de Florianópolis, do Conselho Brasileiro da Construção Sustentável e do Instituto Clima e Sociedade. O reconhecimento internacional nos deixa mais motivados a continuar trabalhando por uma Florianópolis mais sustentável, na busca da mitigação dos gases de efeito estufa e das mudanças climáticas, alinhados às iniciativas mais inovadoras que estão acontecendo no resto do mundo”, afirma a arquiteta Cibele Assmann, chefe do departamento de tecnologias urbanas da diretoria de inovação da Secretaria Municipal de Planejamento e Inteligência Urbana de Florianópolis, e coordenadora técnica do projeto Floripa Cidade Eficiente. Segundo ela, o programa Cidades Eficientes, do CBCS, serviu de base para a estruturação interna da prefeitura e, na reforma administrativa ocorrida no início de 2023, foi criada uma área específica para tratar de cidades inteligentes e sustentáveis.

 

Foto: Ponte Hercílio Luz, cartão-postal da cidade de Florianópolis
(Ricardo Wolffenbüttel/ SECOM)

A  Escola Municipal Vicente Licínio Cardoso, no Rio de Janeiro, recebeu a Gincana Energética do Programa Cidades Eficiente realizada pelo Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS) no dia 27 de junho.O objetivo da iniciativa é  analisar cada ambiente da escola, verificar os sistemas existentes e as rotinas e comportamento dos usuários que influenciam o consumo de energia da escola para propor medidas de intervenção que sejam preferencialmente de baixo ou nenhum custo.

Participaram da ação a equipe técnica do CBCS; professores, funcionários e alunos da escola; equipe da Secretaria Municipal de Educação do Rio; representantes das prefeituras de Palmas (TO), Teresina (PI), Salvador (BA) e Rio do Sul (SC) que participam do workshop Mais Eficiência, Menos Consumo, em curso e liderado pelo CBCS, e representantes da ENBPar – empresa executora do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel/MME).

Os alunos participaram ativamente de todo o processo, integrando os grupos com técnicos e especialistas convidados no percurso pela escola, interagindo com estudantes, professores e funcionários para entender a dinâmica do dia a dia em cada ambiente e sua relação com os sistemas e equipamentos presentes. As percepções eram anotadas em um questionário digital, considerando a estrutura e o comportamento dos usuários.

“Percorremos os diferentes ambientes procurando as oportunidades de economia de energia e conversamos muito a respeito das possibilidades de melhoria. Os alunos absorvem esse conhecimento com muita facilidade e se tornam multiplicadores, na escola e em suas casas, da importância de analisar os espaços e de rever comportamentos em favor do menor consumo e de uma maior eficiência energética”, ressalta a arquiteta María Andrea Triana, pesquisadora doutora na área de eficiência energética em edificações, coordenadora técnica do Programa Cidades Eficientes.

Adesivos com recomendações sobre uso de ar-condicionado e acionamento das lâmpadas, entre outros, foram fixados a partir do entendimento do impacto no consumo de energia de cada tipo de ambiente. Um relatório será produzido e entregue para a Prefeitura e Diretoria da escola com sugestões de medidas de eficiência energética, detalhando-as de forma quantitativa: quanto custam e quanto representam em economia de energia.

A iniciativa também faz parte das ações planejadas para a quinta fase de operação do Cidades Eficientes, criado em 2018 com o apoio do Instituto Clima e Sociedade (iCS). Para 2024, o objetivo é escalar nacionalmente as estratégias para gestão do consumo de energia e água pelas edificações públicas municipais, dar continuidade nos programas desenvolvidos com as prefeituras de Florianópolis e do Rio de Janeiro, promover as compras de baixo carbono em edificações públicas e divulgar amplamente os resultados já alcançados na promoção da eficiência energética e conservação de água nas edificações.

 

Fotos: Allan Vilela / Prefeitura do Rio

Líderes municipais e especialistas do setor estiveram reunidos no Museu Histórico Nacional, no Rio de Janeiro, na última semana, para discutir estratégias de governança visando a eficiência energética e a conservação da água em edificações públicas. O evento, organizado pelo Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS), foi realizado no dia 27 de junho e contou com a participação de representantes de diversas prefeituras brasileiras, além de profissionais e acadêmicos interessados no tema.

Durante o encontro, Pedro Rolim, gerente de sustentabilidade do Escritório de Planejamento da Secretaria da Casa Civil da Prefeitura do Rio, destacou a importância da iniciativa. “É um longo caminho, mas demos o primeiro passo significativo a partir da parceria com o CBCS. Estamos firmemente comprometidos com esse processo de transformação e acreditamos que cada avanço é crucial para construir um futuro mais sustentável para nossa cidade” enfatiza. Daniel Mancebo, coordenador geral do Escritório de Planejamento, também participou do debate. O CBCS é uma entidade que produz, organiza e dissemina conhecimento, contribuindo para o desenvolvimento sustentável do setor da construção civil no Brasil, propondo políticas públicas e apoiando iniciativas do setor privado. O Programa Cidades Eficientes, iniciativa do CBCS em parceria com o Instituto Clima e Sociedade (iCS), visa implementar estratégias para a gestão eficiente do consumo de energia e água em edifícios públicos municipais e expandi-las para as demais edificações da cidade.

Além dos representantes das prefeituras e especialistas, o evento contou com a participação de Alexandra Albuquerque Maciel, coordenadora do GT-Edificações do Ministério de Minas e Energia, que destacou o papel das prefeituras na transição energética do Brasil. “É crucial que as políticas municipais estejam intrinsecamente ligadas aos objetivos nacionais de eficiência energética. A colaboração e a cooperação entre diferentes esferas de governo são fundamentais para o sucesso dessas iniciativas”, destacou.

O debate abordou desde a implementação de políticas públicas até a gestão dos consumos de energia, água e gás pelos edifícios municipais, buscando adaptações necessárias diante das mudanças climáticas. Maria Andrea Triana e Giselle Bahiense Lyra, do CBCS, apresentaram a plataforma digital desenvolvida para esse fim, destacando seu papel na promoção do uso eficiente dos recursos.

Para Clarice Degani, diretora executiva do CBCS, a troca de experiências foi fundamental para elaborar recomendações práticas às prefeituras brasileiras. “A governança proposta não só promoverá a redução dos consumos, mas também garantirá transparência no uso dos recursos públicos e um caminho para a sustentabilidade do ambiente construído nas cidades. Juntos, podemos alcançar resultados significativos e duradouros”, afirma.

As discussões realizadas servirão de base para futuras políticas públicas destinadas à eficiência energética e conservação da água em todo o país.

 


SOBRE O CIDADES EFICIENTES: 

Desenvolvido no âmbito do CBCS, com apoio do Instituto Clima e Sociedade (iCS), o programa Cidades Eficientes desenvolve análises, estudos, ferramentas e sugere políticas públicas tais como a plataforma de gestão de consumo de energia e água, diretrizes para a elaboração de códigos de energia, recomendações para código de obras e guias de compras públicas que sejam mais sustentáveis para os municípios.

As ações foram iniciadas em 2018, com a primeira fase, respondendo à demanda crescente do setor público para aumentar sua eficiência de recursos. Nas quatro fases já realizadas ao longo deste período, diversos municípios já foram atendidos, em diferentes iniciativas: Balneário Camboriú, Concórdia, Itá, Zortéa, em Santa Catarina, com workshops para capacitação de gestores sobre eficiência energética, Sorocaba (SP) e Jaboatão dos Guararapes (PE), na fase piloto do programa, e estruturação de elementos de governança e políticas públicas nas cidades de Florianópolis (SC) e Rio de Janeiro (RJ), ambas realizadas em parceria com as prefeituras municipais.

Em 2024, em sua quinta fase de operação, o Cidades Eficientes planeja escalar nacionalmente estratégias para a governança na gestão do consumo de energia, água e gás pelas edificações públicas municipais, dar continuidade nas medidas iniciadas nas prefeituras de Florianópolis e do Rio de Janeiro, promover requisitos para compras de baixo carbono em edificações públicas, além de divulgar amplamente os resultados alcançados na promoção da eficiência energética e conservação da água nas edificações. Entre as ações realizadas neste segundo semestre está o workshop “MAIS EFICIÊNCIA, MENOS CONSUMO”, que está sendo oferecido gratuitamente pelo CBCS, com apoio do iCS, aos municípios selecionados pela chamada pública lançada em maio deste ano. Os municípios foram contemplados com capacitação e implementação gratuita da plataforma de gestão de consumo de energia e água para edificações municipais.

 

Fotos: Allan Vilela / Prefeitura do Rio

A governança municipal para gestão da eficiência energética e conservação da água nas edificações é o tema do evento nacional que o Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS) realiza no próximo dia 27 de junho, na cidade do Rio de Janeiro. O evento reúne representantes de prefeituras brasileiras, profissionais e academia para a troca de experiências e debate sobre o tema para a proposição de elementos para uma política nacional de apoio às prefeituras brasileiras.

“Para a transição energética e a adaptação do ambiente construído às consequências das mudanças climáticas, é fundamental que seja instituída uma política pública nacional que apoie os governos locais a implementar medidas específicas para a gestão de consumo de água e energia pelos edifícios públicos”, afirma Clarice Degani, diretora executiva do CBCS.

Além de Clarice Degani, estarão presentes no evento Maria Andrea Triana e Giselle Bahiense Lyra, do Programa Cidades Eficientes do CBCS; Pedro Rolim, da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro; Cibele Assmann, da Prefeitura Municipal de Florianópolis; Alexandra Albuquerque Maciel, coordenadora do GT-Edificações do Ministério de Minas e Energia e Pedro Paulo da Silva Filho, representante de empresa privada que desenvolve projetos de eficiência energética..

A iniciativa proposta é que cada município disponha de uma governança constituída por um corpo técnico capacitado e dedicado, tanto na gestão dos consumos de seus edifícios quanto na proposição e monitoramento da aplicação de regramentos e incentivos para a sustentabilidade das novas obras e reformas na cidade. “Tal governança não só promoverá a redução dos consumos e adaptação das edificações públicas e privadas aos efeitos das mudanças climáticas, mas também garantirá transparência no uso dos recursos públicos e incentivará melhorias em todo o ambiente urbano edificado”, enfatiza Clarice.

O evento “Governança municipal para a gestão da eficiência energética e conservação da água nos edifícios públicos” será realizado no Museu Histórico Nacional, no Rio de Janeiro, das 14h30 às 17h00, e será aberto ao público, no formato híbrido, com transmissão ao vivo no canal CBCS Construção Sustentável no YouTube. O debate integra a série de encontros do workshop MAIS EFICIÊNCIA, MENOS CONSUMO, dirigido a gestores públicos municipais escolhidos por meio de seleção nacional, promovido pelo Programa Cidades Eficientes – uma iniciativa do CBCS com apoio do Instituto Clima e Sociedade (iCS), da Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro e do seu Escritório de Planejamento.

A troca de experiências e o debate com os municípios participantes possibilitará ao CBCS a elaboração de um documento técnico propositivo contendo recomendações para políticas públicas que garantam a instituição de governança para a gestão dos consumos de energia, água e gás pelas edificações nas prefeituras brasileiras. “O documento irá incluir desde orientações para a instalação de plataforma digital de monitoramento alinhada com a emissão das contas pelas concessionárias locais até diretrizes para atendimento aos programas de governo, tais como o programa Procel que promove o uso eficiente da energia e o combate aos desperdícios”, adianta Clarice Degani. A plataforma foi desenvolvida pelo programa Cidades Eficientes e agora, em sua quinta fase, ganha novas funcionalidades.

As inscrições e mais informações sobre a programação no link:  https://x.gd/lFa9t

 

Programação:

14h30 – Abertura

14h45 – Governança para a gestão da eficiência energética e conservação da água nas cidades

Palestrante:

-Clarice Degani – Diretora Executiva do CBCS

15h – Programa Cidades Eficientes e a plataforma digital para a gestão do consumo de energia, água e gás pelos edifícios públicos

Palestrantes:

-Maria Andrea Triana- Coordenadora do Programa Cidades Eficientes do CBCS

– Giselle Bahiense Lyra – Pesquisadora do Programa Cidades Eficientes do CBCS

 

15h30 – Experiências das prefeituras do Rio de Janeiro e Florianópolis

Palestrantes:

-Pedro Rolim- Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro

– Cibele Assmann- Prefeitura Municipal de Florianópolis

 

16h00 – O papel das prefeituras na transição energética do Brasil

Palestrante:

-Alexandra Albuquerque Maciel – Coordenadora do GT-Edificações do Ministério de Minas e Energia

 

16h15 – Oportunidades para projetos de eficiência energética

Palestrante:

-Pedro Paulo da Silva Filho – SAGE Inteligência Energética

16h30 – Debate

17h00 – Café de confraternização

 

SOBRE O CIDADES EFICIENTES:

Desenvolvido no âmbito do Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS), com apoio do Instituto Clima e Sociedade (iCS), o programa Cidades Eficientes desenvolve análises, estudos, ferramentas e políticas públicas tais como a plataforma de gestão de consumo de energia e água, o código de energia complementar ao código de obras e o guia de compras sustentáveis para municípios.

As ações foram iniciadas em 2018, com a primeira fase, respondendo à demanda crescente do setor público para aumentar sua eficiência de recursos. Nas quatro fases já realizadas ao longo deste período, diversos municípios já foram atendidos, em diferentes iniciativas: Balneário Camboriú, Concórdia, Itá, Zortéa, em Santa Catarina, com workshops para capacitação de gestores sobre eficiência energética, Sorocaba (SP) e Jaboatão dos Guararapes (PE), na fase piloto do programa, e estruturação de elementos de governança e políticas públicas nas cidades de Florianópolis (SC) e Rio de Janeiro (RJ), ambas realizadas em parceria com as prefeituras municipais.

Em 2024, em sua quinta fase de operação, o Cidades Eficientes planeja escalar nacionalmente as estratégias para gestão do consumo de energia e água pelas edificações públicas municipais, dar continuidade nos programas desenvolvidos com as prefeituras de Florianópolis e do Rio de Janeiro, promover as compras de baixo carbono em edificações públicas e divulgar amplamente os resultados já alcançados na promoção da eficiência energética e conservação de água nas edificações.

 

SERVIÇO:

Local: Museu Histórico Nacional

Horário: 14h30 até 17h

Inscrições : https://x.gd/lFa9t

Iniciativa promove capacitação para gestão de consumo de energia e água das edificações municipais.

Estão abertas as inscrições para processo seletivo do workshop MAIS EFICIÊNCIA, MENOS CONSUMO oferecido gratuitamente pelo Programa Cidades Eficientes – uma iniciativa do Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS) com apoio do Instituto Clima e Sociedade (iCS), organização filantrópica que apoia projetos e instituições dedicados ao enfrentamento das mudanças climáticas e soluções sustentáveis. Trata-se de uma chamada pública para seleção de cinco municípios brasileiros que serão contemplados com capacitação e implementação gratuita da plataforma de gestão de consumo de energia e água para edificações municipais.

O workshop é exclusivo para Prefeituras Municipais, aberto a gestores municipais, secretários e lideranças de áreas afins (servidores efetivos da prefeitura). As inscrições para o processo seletivo devem ser feitas até o dia 28 de maio pelo formulário on-line: bit.ly/workshop_cidades. Os cinco municípios selecionados serão divulgados no dia 4 junho. Os workshops serão realizados de junho a outubro em seis encontros: cinco no formato on-line e um presencial, no Rio de Janeiro (RJ).

“A gestão de consumo dos edifícios públicos municipais é um passo essencial para as prefeituras estabelecerem metas de consumo de energia e emissões, para estabelecer ações de eficiência energética e para a obtenção de dados internos. É importante, também, para o estabelecimento de prioridades de ações, como, por exemplo, de retrofit em edificações, pois conseguem identificar quais prédios são mais eficientes e quais apresentam um maior consumo, requerendo ações mais imediatas”, explica a arquiteta María Andrea Triana, pesquisadora doutora na área de eficiência energética em edificações, coordenadora técnica do Programa Cidades Eficientes. Segundo ela, o acesso facilitado aos dados do consumo de energia e de água nas edificações municipais também pode ajudar as prefeituras no pedido de financiamentos a projetos.

Plataforma gratuita de gestão de consumo

Apesar da importância da gestão de consumo de energia e de água nos edifícios públicos, nem todas as prefeituras conseguem organizar e gerenciar o seu estoque de edificação de forma eficiente. Para auxiliar as prefeituras neste processo, o CBCS desenvolveu uma plataforma específica para gestão de consumo de energia e de água nas edificações públicas que já foi implementada  nas Prefeituras do Rio de Janeiro (RJ) e Florianópolis (SC).

“Com esta nova chamada, buscamos dar escalabilidade nacional para que mais municípios possam aproveitar da experiência obtida no programa e, na medida do possível, implementar a plataforma de gestão desenvolvida pelo CBCS”, pontua María Andrea. Desta forma, com o retorno de um número maior de municípios, espera-se atender uma das metas do Programa Cidades Eficientes para 2024: a elaboração de uma política pública nacional que apoie políticas públicas de eficiência energética nos municípios.

O exemplo do Rio de Janeiro

Para a Prefeitura do Rio de Janeiro, uma das cidades que já implementou a plataforma para gestão de consumo de energia e de água nas 2.000 edificações municipais, a experiência tem contribuído para o planejamento de novas ações.

“O apoio dado pelo CBCS à Prefeitura do Rio de Janeiro tem um aspecto muito importante que é o de servir de base para outros programas de eficientização que queiramos implementar na cidade”, afirma o arquiteto Pedro Rolim, gerente de sustentabilidade e resiliência do Escritório de Planejamento da Prefeitura do Rio de Janeiro. Ele destaca a relevância da mensuração dos dados de consumo das diferentes edificações a partir da implementação da plataforma, proporcionando clareza aos técnicos e gestores quanto às medidas a serem adotadas.

“Muitas vezes, as administrações públicas trabalham com metas e objetivos, mas não têm uma base sólida para comparar se houve melhoria ou não, se houve redução ou não. Com a ferramenta e com as capacitações, conseguimos ter clareza do que precisa ser feito e de como, efetivamente, podemos atingir tais objetivos”, complementa Pedro. Entre os dados fornecidos pela plataforma, ele destaca, como exemplo, a análise do impacto da compra de um equipamento mais eficiente em relação ao consumo energético de uma edificação. “Assim, passamos a ter uma base de dados confiável para que possamos propor outros programas e ações na cidade”, reforça.

SOBRE O CIDADES EFICIENTES

Desenvolvido no âmbito do Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS), com apoio do Instituto Clima e Sociedade (iCS), o programa Cidades Eficientes desenvolve análises, estudos, ferramentas e políticas públicas tais como a plataforma de gestão de consumo de energia e água, o código de energia complementar ao código de obras e o guia de compras sustentáveis para municípios.

As ações foram iniciadas em 2018, com a primeira fase, respondendo à demanda crescente do setor público para aumentar sua eficiência de recursos. Nas quatro fases já realizadas ao longo deste período, diversos municípios já foram atendidos, em diferentes iniciativas: Balneário Camboriú, Concórdia, Itá, Zortéa, em Santa Catarina, com workshops para capacitação de gestores sobre eficiência energética, Sorocaba (SP) e Jaboatão dos Guararapes (PE), na fase piloto do programa, e estruturação de elementos de governança e políticas públicas nas cidades de Florianópolis (SC) e Rio de Janeiro (RJ), ambas realizadas em parceria com as prefeituras municipais.

Em 2024, em sua quinta fase de operação, o Cidades Eficientes planejar escala nacionalmente as estratégias para gestão do consumo de energia e água pelas edificações públicas municipais, dar continuidade nos programas desenvolvidos com as prefeituras de Florianópolis e do Rio de Janeiro, promover as compras de baixo carbono em edificações públicas e divulgar amplamente os resultados já alcançados na promoção da eficiência energética nas edificações.

 

SERVIÇO

Workshop
Mais eficiência, menos consumo

Inscrições para o processo seletivo – até 28 de maio
pelo link bit.ly/workshop_cidades.

Realização: Programa Cidades Eficientes
Execução: Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS)

Apoio: Instituto Clima e Sociedade (iCS)

Informações: cidadeseficientes.cbcs.org.br